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ACESSIBILIDADE PARA CADEIRANTES É TEMA DO FESTIVAL A VIDA NO CENTRO

Carolina Duarte e Mariana Vasconcelos

O festival A Vida no Centro é um evento sobre arte, cultura, gastronomia, história, arquitetura, música, exposições e debates. E tudo isso voltado a todas as pessoas, sem distinção. Para fazer valer isso na programação, no dia 20 de setembro, pela manhã, Artur Hashimoto Inoue, 50, preparou uma aula funcional ao vivo para cadeirantes que foi disponibilizada em plataformas sociais como YouTube, Instagram e Facebook.

 

      Pós-graduado em educação física e faixa preta em judô, ele mora no interior de São Paulo, cidade São José dos Campos. O seu objetivo e foco era na preparação física de atletas que praticavam judô, principalmente pela sua familiaridade com o esporte.

 

      Todavia, em 2000, Artur teve o primeiro contato com um aluno cadeirante que por orientação médica recomendou a prática de atividades físicas. “Na época eu era coordenador da academia e, eu me ofereci para cuidar deste aluno, porque ele não seria um aluno comum dentro da academia. Então, eu recorri aos fisioterapeutas para que me orientassem e a partir daí que surgiu essa história de treinar cadeirantes. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida”, relata.

A expansão de serviços como esse faz parte de movimentos sociais que visam a conquista de direitos dos deficientes. A Lei nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) completou dois anos em 6 de julho, em meio a diversos avanços no setor. Essa lei tem como objetivo promover igualdade e direito para pessoas que tem deficiência, mas ainda os obstáculos na vida dos cadeirantes são presentes e o acesso às academias é bem limitado.  

 

“Infelizmente vejo que muitas academias ainda não estão preparadas (com estrutura física e profissionais capacitados) para receber pessoas cadeirantes. A prática de uma atividade física regular pode contribuir significativamente com a socialização das pessoas com deficiência”, afirma Artur.

Um caso que ilustra o quanto esporte pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida do cadeirantes é o caso de Vivian Campagnacci Schreiber, 35. Aposentada e cadeirante, ela participou de toda a programação do evento e concorda ainda mais com Artur: “Difícil encontrar uma academia adaptada adequada e acessível, e quando a gente encontra o valor é muito alto.”

            

Atividade física é importante, mas sempre com acompanhamento

 

            Para aqueles que desejam uma vida mais ativa e saudável, Artur alerta o quanto é importante procurar antes orientação médica e depois um local que ofereça todo o suporte seguro e eficiente: “Antes de iniciar a prática de qualquer atividade física consulte um médico e depois busque um local que ofereça não só a estrutura física, mas principalmente uma equipe de profissionais capacitados para desempenhar um atendimento seguro e eficiente”.

Festival defende a acessibilidade

 

Denize Bacoccina, co-fundadora da plataforma A Vida no Centro, relata que sempre procurou ter uma programação inclusiva. Neste ano, a programação online seria para acessibilidade de pessoas com dificuldades de locomoção, não apenas cadeirantes, mas também pessoas idosas, com pouca destreza para caminhar na cidade e que podem se beneficiar de tours online, conhecendo lugares que teriam dificuldade de visitar de outra maneira.  “No caso da aula de funcional, gostamos muito quando o nosso parceiro Fitness Channel veio com essa proposta de aula para cadeirantes”, informa.

            Vivian gostou tanto da proposta do evento que indicou até mesmo para sua fisioterapeuta. “Achei incrível, muito bem planejado e aproveitável, difícil encontrar um vento de tal estrutura voltado para cadeirante.”

            Apesar de esforços individuais e coletivos em relação a esse tema, para a sociedade em que vivemos, ainda faltam programações para abordar as questões de acessibilidade, saúde e cuidados com pessoas deficientes.

            “O mundo em que vivemos não importa muito com os deficientes, vemos muito pelas calçadas, ruas e acessibilidade em geral. É raro encontrar um evento que integra assuntos para cadeirante. Lembram só em época de campanha de conscientização”, acrescenta Vivian.

Acessibilidade para cadeirantes é tema do Festival A Vida no Centro: Trabalhos
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