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CHICO CÉSAR E A SERENATA AOS DEUSES

Laura Marçola e João Paulo Junqueira

O evento, que aconteceu entre 19 e 20 de setembro, nasceu da vontade de valorizar a cultura da capital paulistana, para mostrar suas belezas e cuidar daqueles que ali vivem. E teve seu ápice no show do cantor nordestino no terraço do histórico Edifício Martinelli, sob uma noite agradável e estrelada.  O show do cantor Chico César, no Festival A Vida No Centro Online, fez com que o momento fique ainda mais inesquecível.


 Durante a apresentação de Chico César, a audiência teve a oportunidade de contribuir com arrecadação de fundos para o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), que faz um trabalho de assistência a populações em situação de vulnerabilidade social no Centro.


O paraibano iniciou seu show com ‘Beradeiro’, canção de seu primeiro álbum ‘Aos Vivos’, conversando com sua representatividade, contando a migração interna do Nordeste para a fria capital paulista.


Ainda houve momentos de protesto contra a violência do povo preto, o cantor pediu: “Parem de nos matar! E, na continuação, trouxe em seguida “Primeira Vista’, ainda do seu primeiro álbum. Música de paixão e que permitiu a ele declarar que “o centro não é dos prédios, não é dos bancos, mas sim das pessoas que vivem ali”.


            Seguindo sua linha de canções de amor, ele cantou “Templo” fazendo um medley com “San Vicente” e, em meio a paixões, o cantar olha a cidade de cima e pontua: “nosso lugar nessa cidade é dentro, não em cima”. Ele enaltece Milton Nascimento e reforça a importância de lembrar o que as pessoas pretas semearam e construíram neste país.


Cantando “Penso em você”, do álbum “Mama Mundi”, juntando com “A Prosa Impúrpura do Caiacó”, música que escreveu em Florianópolis, nos anos 1990, ele lembra da areia e de vagar por aquele belo litoral.


Na sequência, ele cantou “Estado de Poesia”, música que leva o nome do álbum que lançou após ficar seis anos como gestor público de cultura na Paraíba e que canta as belezas de seu estado natal.


Caminhando para o fim, Chico César cantou “Paraíba Mulher Macho”, “Da Taça” e “Onde Está Meu Amor”, concluindo sua serenata aos deuses, como ele mesmo intitulou ao falar do momento.


Nos agradecimentos, o cantor homenageou a sucinta equipe por toda eficácia na realização do show com segurança em tempos de pandemia.


Ao fim, concluiu com “Pedra de Responsa” e “Mamãe Oxum”, terminando um show mágico que resgata a beleza da representatividade de colocar um nordestino para cantar em um festival dedicado a São Paulo, cidade que acolheu e acolhe pessoas com o seu abraço de cimento e asfalto.

Ponte para o Nevoeiro, Jornal AB: Trabalhos
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