POR DENTRO DO EDIFÍCIO MATARAZZO
Leonardo Rinaldi, Késsy Balog, Caique Diniz e Fernando Claure
O Festival A Vida no Centro realizou no fim de semana de 19 e 20 de setembro uma programação cultural diferente para o público paulista, e de forma online, por causa da pandemia da covid-19. Um desses eventos foi o tour guiado no Edifício Matarazzo, com o apoio da Secretaria Municipal de Turismo.
O prédio, que hoje é sede da Prefeitura de São Paulo, tem muita história para contar. Através de uma apresentação ao vivo nas redes sociais, o tour mostrou a história de uma das maiores famílias italianas que já viveram em solo paulista, a Família Matarazzo.
ORGANIZAÇÃO
Para Denize Bacoccina, organizadora do evento, embora o tour não consiga substituir o presencial, ele abre possibilidades para pessoas de fora da capital paulista conhecerem a história do centro da capital. “É muito importante. Como as pessoas não podem visitar os lugares pessoalmente, é uma opção para que as pessoas conhecem os lugares. Embora o tour online não substitua a visita física aos lugares, ele abre novas possibilidade, para pessoas que estão fora de São Paulo ou mesmo as que moram em São Paulo e têm baixa mobilidade”, afirmou.
Denize complementa dizendo que não houve grandes problemas para organização, além de que o formato já havia sido feito pela guia outras vezes, “Neste caso, a guia já havia feito este roteiro outras vezes e sabe quais são as principais dúvidas das pessoas. O roteiro já busca apresentar essas informações. A vantagem é que no tour presencial podem subir apenas 10 pessoas de cada vez. No online, tivemos centenas de visualizações apenas durante o tour ao vivo. E este número continua crescendo, porque o vídeo pode ser visto depois, gravado”, completou.
O TOUR
O edifício foi inaugurado em 1939 a mando de Francesco Matarazzo, um dos empresários mais bem sucedidos da história da cidade de São Paulo. Localizado no viaduto do Chá, próximo ao Vale do Anhangabaú, serviu por décadas desde sua inauguração como sede das Indústrias Matarazzo, que tinham setores de tecelagem, metalurgia, agricultura, química e o transporte, setores estes que estão estampados nas 5 portas que dão entrada ao edifício.
Em 1974, foi adquirido pelo grupo Banespa e, em 2004, pela prefeitura de São Paulo. Desde 2015 a Prefeitura de São Paulo abriu sua sede para receber visitações tornando assim, mais um patrimônio histórico na região central da cidade.
Ao adentrar o edifício, duas colunas se destacam no hall, representando as formas de trabalho humano, algo que Francesco valorizava muito. Essas colunas, projetadas pelo escultor Galileo Ememdabili, são feitas em cerca de 170 mil placas de mármore travertino, um material italiano, considera-se então, a maior obra já feita com este tipo de material.
Outro detalhe do Hall é o Mosaico feito por Giulio Rosso. Esse mosaico representa as características de diversas regiões brasileiras na época em que foi inaugurado o edifício.
Com seus 14 andares, o edifício tem como destaque o jardim suspenso, no topo do prédio. Recebeu o nome de Walter Galera, em homenagem à um dos responsáveis pelo planejamento do jardim. Possui um pequeno lago com carpas e uma floresta com cerca de 400 espécies vegetais todas identificadas com seus nomes. Além disso, possui em seu entorno, diversos mirantes com vistas para a cidade de São Paulo.
IMPORTÂNCIA E HISTÓRIAS
O tour além de apresentar a história do edifício, buscou apresentar também algumas histórias da formação da cidade de São Paulo, quando a guia turística Denyse Kirihara mostrou ao público alguns pontos turísticos que tinham vista do tão importante Edifício Matarazzo. Através de comentários, presentes nas transmissões, era perceptivo a empolgação do público ao conhecer a história de São Paulo, uma oportunidade única de pessoas que estão distantes da capital paulista.
Denyze, a guia do tour, contou sobre a importância desta ocasião. “É essencial para valorizar o nosso patrimônio cultural e histórico, estimular o turismo, as conexões com a cidade e trazer um novo olhar sobre São Paulo”, disse ela
Além disso, ela revelou algumas curiosidades envolta da família Matarazzo, por exemplo o fato de o atual vereador da cidade de São Paulo, Eduardo Suplicy, ser parente de Francesco. Ou que o empresário foi o responsável durante a Primeira Guerra Mundial por coordenar o serviço de abastecimento das tropas da Itália e da França, fornecendo farinha brasileira.